O banco era feito de madeira, mas antes fosse de concreto...

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Encontrei hoje aquela velha foto, espontânea, em que estávamos sentados em direções opostas, estando encostadas nossas costas, entrelaçadas nossas mãos e distantes nossos pensamentos. Fisicamente na mesma superfície, mas só fisicamente...
Meu pensamento estava lá em ti, e iluminava-se ao cruzar com o teu, aqui em mim. 

O banco em que nos encontrávamos, velho e quebrado, pouco incomodava-me tendo a maciez de sua pele unida ao tremor de minhas mãos. Você se lembra? Minha mão esquerda estava apoiada em meus joelhos, e tinha as unhas pintadas cuidadosamente de roxo, enquanto as suas viviam roídas... de nervoso, ansiedade e por que não medo?
Meus cabelos eram ainda ruivos, lisos, com leves ondulações nas pontas, enquanto o seu era castanho, com perfeitos cachos envolvendo toda sua cabeça, alguns caindo levemente sobre seus olhos, quase que obrigando-me à ajeitá-los.

O sol estava radiante. Luzia tanto que obrigava-nos à nos ajustarmos debaixo de uma árvore qualquer. 
Era curioso como sempre dávamos preferência à uma certa árvore...
Mas hoje penso: quem sou? Quem és? 
Afinal quem somos nós?
Caso você se lembre, por favor, ajude-me à encontrar novamente meu próprio eu. 
Talvez o encontre dentro de ti, pois, depois que te conheci, meu mundo está temporariamente fora de órbita, e meus mais coerentes pensamentos encontram-se fechados pra balanço.