Uma tal de realidade inventada veio à tona de repente...

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Era um típico fim de tarde de sábado quando você chegou para me salvar.
Tinha um sorriso brilhante e inigualável, além de um olhar auspicioso
que me fez parar de respirar por mínimos, porém intensos, segundos.
Aquele fora o único instante em que tive forças para fugir da morte. Correr, o máximo que eu pudesse, do martírio pessoal em que situava-me havia tanto tempo.
Lentamente, aproximou-se de mim. E, fervorosamente, tocou suas mãos quentes e trêmulas a meu rosto. Pude sentir uma brusca descarga elétrica passar por minha espinha.
Eu sabia que você podia surtir esse efeito em mim. Entendia que você certamente iria fazer com que isso fosse possível.
Seus olhos. Cor-de-mel. Fixos aos meus. Castanhos...
... Que fitavam veementemente seu rosto pálido, seus cabelos desgrenhados, seus traços que mais pareciam fazer parte da realidade de minha mais distante fantasia. Seus lábios, em sintonia surreal com todo seu rosto... Aguardavam ansiosamente o toque dos meus, vermelhos de tanta emoção.
Ergui minhas mãos, unindo e contraindo-as juntamente as suas. Agora, entrelaçadas. Tocara levemente seus lábios com meus dedos, sentindo minha vontade de te ter em meus braços aumentar excentricamente a cada instante.
Nos encarávamos com mais seriedade a cada forte batida que meu coração dava.
Eu queria. Eu precisava ter você.
Apenas não podia responder se isso, de alguma maneira, era provável.
Foi quando você se aproximou.
O toque de seus dedos, quentes, entraram em choque ao meu pescoço. Frio.
O brilho de seu olhar intensificava a cada milímetro mais próximo do meu. Minhas pernas tremiam. Minha boca esperava a tua.
Enquanto minha alma desejava unir-se a sua.
Com um simples toque de seus lábios aos meus, pude flutuar. Passei por entre as nuvens. Macias, úmidas. E viajei. Até a superfície mais distante já alcançada.
Pude sentir minha alma realizar seu desejo:
Haviamos nos tornado um só ser.
Nesse momento tive a certeza de que ao seu lado se tornaria fácil alcançar o brilho das estrelas naquele, agora escuro, céu. A única fonte de luz situada sobre nós naquele instante.
Ao olhar para cima e encontrá-las, involuntariamente sorri.
Você conseguira me salvar. Junto ao luzir cada vez mais intenso daquela noite estrelada, você havia limpado todas minhas lágrimas.
E tudo o que à elas se relacionava.

Eu te amo.

29 de julho de 2009, 00h35.