Colcha de retalhos

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Hoje a caminho da tortura diária — pode ser que você esteja acostumado a chamar isso de escola —, ali estava eu, em companhia de meu pai e de Renato Russo cantarolando em meus ouvidos Quase sem querer na versão acústica, volume 31, (infelizmente) o máximo que meu pobre MP4 pode alcançar. O semáforo indica o sinal vermelho. Meu pai pára o carro no mesmo instante em que observo ao nosso lado duas crianças se divertindo ao tentarem conciliar o fato de estarem andando nas valetas com o outro de terem de se equilibrar, até mesmo como uma maneira de evitar um grave acidente. Não pude deixar de dar maior ênfase à suas expressões.
Foi nesse mesmo instante que em minha mente surgiram questões completamente intrigantes.
"Como pessoas que ainda possuem somente dentes-de-leite podem dar sorrisos mais sinceros do que pessoas com dentes permanentes?" (Seja compreensivo, o conteúdo de português da prova deste bimestre é figuras de linguagem).

Pensei,
pensei,
e também pensei!...

... chegando assim à conclusão de que pessoas mais maduras possuem maiores possibilidades de se sentirem abatidas ou até mesmo enfraquecidas pelo simples fato de serem...
Mais maduras.

O semáforo passou a indicar o sinal verde.
Meu pai pisou no acelerador e uma forte ventania passou por entre os fios de meu cabelo desarrumando-os ainda mais, enquanto Renato continuava a rumorejar... "Não sou mais tão criança/a ponto de saber tudo"...