Taça do dissabor

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Ultimamente chuvas de pedregulho
têm destruido jardins ao redor de minhas memórias

Muros têm se erguido com mais frequência
impedindo a passagem para o caminho desejado

Lápis têm quebrado suas pontas ao pensar em escrever-te
e em minha mesa só restaram canetas sem tinta

Semáforos indicam sempre o sinal vermelho
impossibilitando-me de acelerar e avançar


Fico observando incansavelmente as pessoas
mudarem, passarem
e esquecendo-se de quem as fizeram tornar-se
quem são hoje

Sento-me no banco da velha praça
fecho os olhos
e sinto a nostalgia aos poucos aproximar-se
juntamente a uma forte onda de torpor

Cansei-me de escrever coisas banais
sobre você
E de pensar sempre no pássaro
que já voou. Para muito além do horizonte.

Eu quero que meu mundo inventado
torne-se real
E substituia inteiramente este martírio
que está mais para algo inteiramente pessoal...


Bem-vindo à minha verdade

Dê adeus à meu eu em você